A expressão “sente-se como peixe na água” não é totalmente verdadeira se a água não possuir as características que o peixe necessita para se sentir bem e viver naturalmente. Senão vejamos:
Entre estes extremos temos ainda a considerar as chamadas águas salobras habitadas por espécies com certas características. As águas doces ou continentais apresentam-se com profundas diferenças de lugar para lugar, pelo que acontece, na maioria das vezes, que as águas da torneira que utilizamos para encher os nossos aquários, possuem uma composição bem diferente das águas de origem das espécies que pretendemos conservar e mesmo reproduzir. Por este motivo, apesar do poder de adaptação de muitas espécies ser uma realidade, assiste-se com frequência a uma mortalidade elevada. Existem métodos relativamente expeditos para medir o que se chama de dureza da água e que depende dos sais que contêm. Os reagentes de que o comércio de aquariofilia possui permitem obter dados bastante precisos. Conhecidas as características da água à nossa disposição poderemos escolher as espécies que mais nos convém para povoarmos o aquário, ou então dar-nos-á a possibilidade de efectuarmos correcções para manter um certo biótipo. O que é a dureza? Cientificamente a dureza é a quantidade de iões de Cálcio (Ca2+) e Magnésio (Mg2+) dissolvidos na água. Quanto mais dura for a água, maior será a concentração destes catiões. Estes ao combinarem-se com os aniões dos sabões (sais de sódio e potássio dos ácidos oleico, palmítico e esteárico) originam compostos insolúveis de cálcio e magnésio. Os sais presentes na água são os bicarbonatos, cloretos e sulfatos de cálcio e magnésio. As águas são macias ou duras conforme o seu comportamento com o sabão: uma água diz-se macia se produz espuma com uma pequena quantidade de sabão, por outro lado, numa água dura verifica-se um consumo acrescido de sabão. As águas naturais são geralmente duras nas regiões onde se encontram depósitos de calcário (CaCO3). As águas das chuvas dissolvem o Dióxido de Carbono (CO2) da atmosfera formando uma solução diluída de Ácido Carbónico que lentamente dissolve o calcário. O Carbonato de Cálcio é insolúvel em água mas o bicarbonato é solúvel, portanto, de uma maneira geral, este processo de dissolução envolve a transformação do Carbonato de Cálcio em Bicarbonato, o mesmo ocorrendo para o caso do magnésio. Fervendo a água verifica-se que o valor da dureza baixa sensivelmente. Este facto permite-nos classificar três espécies de dureza:
A maioria dos peixes e das plantas de aquário requerem ou adaptam-se a águas macias ou medianamente duras. Algumas espécies exigem águas muito macias, principalmente para se reproduzirem outros, como por exemplo os vivíparos, preferem águas mais mineralizadas. As águas duras da Europa têm a sua origem no conteúdo em cálcio enquanto a dureza das águas africanas é devida ao teor de magnésio. Já aludi à forma de amaciar uma água, mas quando pelo contrário há que a endurecer poderá usar-se rochas calcárias que vão libertando lentamente o calcário ou em alternativa junta-se 1 a 2% de água do mar. Não convém utilizar água fervida porque perde muitas das propriedades úteis ao equilíbrio do aquário. O que medem os testes de dureza para aquários? Basicamente existem dois testes de dureza utilizados em aquários, um que mede a dureza total – GH - (soma das durezas permanente e temporária) e um segundo que teoricamente mede a dureza em carbonatos - KH. O primeiro deles, chamado de dureza total (GH), permite saber se a nossa água é muito ou pouco mineralizada. Alguns peixes preferem águas muito mineralizadas, outras preferem água muito pouco mineralizadas. Como resultado o teste dá um número que em escala numérica representa a quantidade destes iões em solução. Esta escala foi convencionada da seguinte forma:
Nas imagens abaixo, tabela e medidores de dureza (teste e aparelho):
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Introdução: A água é para o peixe, o que a atmosfera é para os outros animais. Qualquer animal se ressente quando as condições atmosféricas se modificam, quando são obrigados a respirar num ambiente poluído ou impróprio para as suas condições de vida. É necessário que o seu aquário reproduza o mais fielmente possível as condições naturais. A água tem propriedades conhecidas que influem extraordinariamente nas condições de vida dos peixes… A poluição de qualquer tipo é uma das maiores causas de mortalidade dos peixes, e, mesmo que os peixes possam suportar pequenas doses de produtos químicos tóxicos, existem espécies que não os toleram e, em consequência, morrem mais cedo. O fumo de cigarros é um bom exemplo de intoxicação que produz os efeitos mencionados acima. Normalmente os valores da água num aquário devidamente estabelecido são controlados pelo filtro biológico . Mas tudo pode ser descontrolado por falhas inesperadas, ou mesmo por hábitos errados na alimentação dos peixes. Se temos um bom sistema de filtragem (mecânica, quimíca e biológica), porque razão os peixes morrem? O que falhou? A título de exemplo posso mencionar, algumas práticas que podem levar a situações que em nada beneficiam o bom funcionamento de um filtro biológico:
A Acidez e a Alcalinidade – O valor do pH: Os factores que influenciam o pH são vários e compreendem a iluminação, temperatura, gás carbónico, oxigénio dissolvido, vegetação, povoamento do aquário, alimentação, etc. O seu valor varia numa escala de 0 de um ácido puro a 14 de uma base química sendo o valor neutro 7,0. O pH é considerado como um bom indicador de um certo equilíbrio químico e biológico de uma água em geral e de uma água de aquário em particular. O baixo valor do pH (4,5 – 5) das águas extremamente doces dos afluentes do Rio Amazonas é devido aos ácidos húmicos em presença e à carência de calcários na região. Num aquário com águas mediamente duras ou duras não é possível manter um pH baixo e se isso acontecer será à custa de ácidos fortes. A medição diária do pH durante quinze dias seguidos poderá dar-nos a indicação do estado de equilíbrio de todo o sistema. Uma importante fonte de acidez do aquário tem origem no gás carbónico libertado pelos peixes e que se associa em parte à água. Este gás é tóxico para os peixes mas elimina-se facilmente. Uma parte, combina-se com a água e forma o ácido carbónico, que libertará iões de hidrogénio e provoca o abaixamento do pH. Outra parte irá reagir com o calcário presente no aquário, formando bicarbonato de cálcio e vai servir de tampão ao pH e à dureza total. A agitação da superfície livre da água permite a libertação de grande quantidade de gás carbónico arrastando também carbonato de cálcio (calcário) consigo. Num aquário bem plantado e fortemente iluminado, as plantas absorvem grandes quantidades de CO2 dissolvido, precipitando o bicarbonato de cálcio e dando lugar a um aumento do pH. Um aumento excessivo do pH favorece a eliminação do CO2 dissolvido. Acima de pH 8,5 não existe CO2 livre na água. Num aquário novo o valor do pH aumenta facilmente e vai muitas vezes para perto dos 8,5, no entanto como as águas novas tem tendência a saturar-se de bicarbonatos, passadas algumas semanas face ao fornecimento de CO2 pelos peixes e também pela acção das bactérias a situação inverte-se para a acidificação à medida que diminui a reserva alcalina. Este fenómeno é notável em aquários com areão não calcário como é o caso da sílica. Estes fenómenos são muitas vezes desencorajantes para os principiantes menos avisados, que os levam muitas vezes a substituir a água e o areão para começar tudo de novo e virem a deparar-se com as mesmas alterações. Como vimos, o excesso de CO2 é em parte eliminado pela formação de ácido carbónico que, por sua vez, é neutralizado parcialmente pelos elementos calcários porventura existentes no solo ou na decoração. Esta noção de poder catalisador e de reserva alcalina é importante, mas as quantidades não são geralmente exageradas na água que utilizamos. Uma forma de eliminar o CO2, como já referi, é manter a superfície da água bastante agitada. Existem métodos químicos artificiais para corrigir o pH que devem ser usados com alguma cautela ou em casos particulares como no caso de intoxicação por amoníaco:
Para manter o pH ácido naturalmente, pode-se colocar no aquário uns troncos ou turfa no sistema de filtragem (estes materiais devem ser bem lavados e preparados antes de se colocar no aquário pois podem tingir a água). Já para manter o pH básico (ou alcalino), colocam-se no aquário rochas calcárias, como mármore e dolomita, pedaços de coral ou conchas (importante se tiver um aquário com peixes do género Mollynésia). Se a água fornecida pela companhia da sua região for dura (poderá consultar nos testes que aparecem na sua factura da água) e os peixes que mantém necessitam de uma água mole, como é o caso dos Discus, existem algumas formas para se diminuir a dureza.
A Escala de pH: A escala de pH foi construída levando-se em conta a condição de equilíbrio. O valor 7 é dado como neutro pois equivale a condição de equilíbrio da água pura. Os valores abaixo de 7 indicam que a água é ácida e os valores acima de 7 indicam que a água é básica ou alcalina. Como a alteração destes valores é muito sensível, todas as correcções de pH no aquário devem ser feitas lentamente no máximo 0,2 unidades por dia para não causar problemas para os habitantes. O pH de um aquário pode ser facilmente determinado através de kits adquiridos em lojas do ramo. Esses kits possuem uma escala colorimétrica e um ou mais tubos de teste onde se coloca gota a gota a solução do indicador e por comparação da cor obtida com a da escala colorimétrica determina-se o valor do pH. Geralmente, este método apresenta bons resultados porém, as limitações encontram-se no indicador (substância responsável pela mudança de cor). Por exemplo, o Azul de Bromotinol (adquirido em casas da especialidade) que é muito usado em aquários de água doce, apresenta sensibilidade para mudanças de pH entre as regiões de 6,2 (amarelo) - 7,6 (azul). Valores fora dessa região não podem ser determinados (Fig. abaixo). O pH pode ser determinado de maneira mais precisa, com o uso de "pH-metro" que possui um eléctrodo combinado de vidro que é muito sensível a concentração de H+ (iões de Hidrogénio). Os pin points, como são chamados estes aparelhos, actualmente são facilmente encontrados nas lojas do ramo mas ainda são caros e exigem gastos extras referentes à manutenção periódica como troca de eléctrodos e soluções de calibração. Estes medidores de pH electrónico, funcionam com uma bateria de 9 volts que dura 6 meses, mesmo funcionando continuamente. Serve para medir o pH de aquários marinhos ou de água doce e plantados também. Serve também para lagos. Mede o pH de 2 até 12 (Fig abaixo). Nome: Hypostomus plecostomus ou Plecostmus Comum Origem: Amazónia Comprimento: 35 cm pH: 6,2 a 7,0 Temperatura: 20 a 26º C Reprodução: ovípara, mas muito difícil (rara) em aquários Comprimento mínimo do aquário: 90 cm De coloração geral cinza-amarelado todo pintalgado de manchas escuras, inclusivé as barbatanas. Estes peixes, dado o porte e os “gestos” vigorosos, só devem estar em aquários de grande tamanho e mesmo assim um só exemplar da sua espécie, pois, se bem que sejam inofensivos para os outros peixes, são extraordinariamente batalhadores entre si. São úteis pela sua grande voracidade por algas e restos de comida. É aconselhável ter um exemplar pequeno no aquário. Este peixe cresce bastante. Muitas pessoas adquirem-no como “faxineiro” para aquários pequenos, desconhecendo que ele pode atingir mais de 30cm. Já se ouviu falar de exemplares que chegaram aos 60 cm. Deve-se lhe fornecer comprimidos à base de algas spirulina, espinafres, ou outros alimentos vegetais sólidos. É pacífico e muito resistente. Os cascudos, são uma espécie muito apreciada pela sua boca de tipo “ventosa” que se fixa no vidro e nas pedras para retirar alimento. Não tolera sal na água (pode levá-lo à morte). Pode ser alimentado com pedaços de batatas introduzidas de noite e retiradas de manhã. Não tente apanhá-lo com a mão, pois poderá espetar-se com a barbatana dorsal. O Cascudo fascina as pessoas por sua aparência decididamente diferente de qualquer outro peixe, com a sua boca em forma de ventosa que lhe permite aderir a qualquer superfície. Se tem um aquário que recebe excesso de luz solar este é o peixe ideal para tentar contornar o problema de excesso de algas. No entanto é um erro deixar o seu Cascudo alimentar-se somente de algas e sobras de comida. Normalmente nota-se que estão esfomeados quando tentam raspar as pedras já sem algas ou vão atrás de outros peixes. A sua reprodução torna-se complicada, em primeiro porque é muito dificil distinguir as características sexuais e em segundo requer um aquário demasiado grande, cerca de 500 ou 600L. Nome: Pterygoplichthys gibbiceps ou Plecostomus Vela de Leopardo Origem: muito disperso nas regiões peruana e brasileira do Amazonas Comprimento: 45 cm pH: 6,5 a 7,8 dGH: 4 a 20º Temperatura: 20 a 26º C Capacidade do aquário: 250 L Actualmente criada para fins comerciais no Extremo-Oriente, esta espécie, encontra-se entre as 10 espécies de Cascudos mais populares do mundo. Os adultos só devem ser colocados em aquários grandes, embora os jovens possam ser alojados em tanques com dimensões mais modestas; no entanto, devem ser transferidos para um espaço mais maior quando as suas dimensões não permitirem a sua manutenção naquele local. Este peixe é ideal para quem procura um companheiro ideal para os Ciclídeos e Caracídeos da América do Sul. Fazem parte da sua dieta alface, ervilhas, espinafres, camarões inteiros e grânulos. Os machos são mais coloridos e delgados que as fêmeas. Não é possível a sua reprodução num aquário. Na Ásia esta espécie é criada para fins comerciais em charcos. Os indivíduos adultos defendem com vigor o seu território e podem infligir danos nas barbatanas dos outros exemplares da mesma espécie se estiverem alojados num aquário demasiado pequeno ou estiverem esfomeados. Nome: Ancistrus temmincki ou Plecostomus de Nariz Eriçado Origem: Bacia Amazónica Comprimento: 15 cm pH: 6,8 a 7,2 dGH: 4 a 20º Temperatura: 22 a 28º C Capacidade do aquário: 100 L Comportamento social: pacífico e sozinho Parentes muito próximos dos Cascudos, diferenciam-se por possuírem inúmeras ramificações na frente dos olhos, principalmente os machos. Reproduzem-se em aquários com certa facilidade, sendo o macho extremamente zeloso para com os filhos. Excelente comedor de algas, mas deve-se sempre atentar para que não falte suplemento vegetal para eles. Altamente indicados para o aquário comunitário. È uma das 50 espécies do seu género. Os indivíduos que têm pelos no focinho são óptimos preparadores para um tanque comunitário e como são fortes e robustos e extremamente tolerantes, adaptam-se a quase todos os tipos de água. Estes peixes são utilizados para limparem o excesso de algas nas paredes dos aquários. A sua dieta é constituída por algas, frutas, plantas e pequenos animais invertebrados. Os machos apresentam pelos muito característicos na cabeça, durante o período de reprodução. Apesar de defenderem com vigor o seu território de elementos da mesma espécie, são em regra pacíficos em relação aos outros peixes. Na figura abaixo apresenta-se a varidade albina desta espécie. Na galeria poderá observar outras variedades de Cascudos
Nome: Corydoras adolfoi ou Peixe-gato de Adolfo Origem: Nos braços de água límpida do Rio negro do Brasil Comprimento: 6 cm pH: 6,5 a 7.0 Temperatura: 22 a 25º C Capacidade do aquário: 61 a 100 L Uma das espécies mais bonitas de Corydoras, que se distingue pela grande mancha cor de laranja e pelo elevado preço a que é comercializado! Contudo, o padrão do corpo, sobretudo a máscara preta que abranje os seus olhos, é comum noutras espécies de Corydoras. A correcta identificação destas espécies, é, regra geral, auxiliada por outro factor, como por exemplo, as marcas complementares existentes no corpo ou as manchas escuras presentes na barbatana dorsal. A Corydora de Adolfo, foi descoberta há pouco tempo nos braços de água do Rio Negro. Da sua dieta fazem parte, como na maioria dos Corydoras, larvas de insectos, vermes aquáticos e uma grande variedade de pequenos crustáceos e invertebrados. As fêmeas adquirem uma forma ligeiramente mais robusta quando transportam os ovos. Depositam os ovos ao acaso. Nome: Corydoras aeneus (Var.albina) ou Corydora Albina Origem: Amazónia, Venezuela e Guiana Francesa Comprimento: 7 cm pH: 6,5 a 7,2 dGH: 10 a 15º Temperatura: 21 a 27º C Capacidade do aquário: 61 a 100 L A Corydora Albina é uma espécie muito bonita, e desempenha a mesma função das demais Corydoras. Este tipo de peixe é originário da América do Sul e seu tamanho chega a atingir aproximadamente 7cm e sua temperatura ideal é entre 20 a 30º C., o pH ideal é por volta de 7,0 (neutra). A sua cor mais conhecida é vermelho-marron. Como distinguir do macho da fêmea? O macho tem as barbatanas ventrais arredondadas e a fêmea tem as barbatanas ventrais ponteagudas. Quanto à sua reprodução pode-se dizer que é um peixe muito difícil de criar e reproduzir. O seu acasalamento é feito em grupos, tendo que se separar alguns machos para uma fêmea, para que ela escolha um macho e se coloque no fundo do aquário para captar o esperma, sendo fecundada. Os ovos são depositados no aquário e os pais devem ser retirados para que não os devore. Depois de aproximadamente 96 horas os ovos irão eclodir e nascerão os avelins que vão para o fundo do aquário. Nome: Corydoras acrensis ou Corydora Acrensis Origem: Brasil: Acre - Furo do Lago São Fransisco Tamanho: 5,5 cm Temperatura: 23 a 26º C pH: 6.5 a 7.2 Comportamento: Pacífico Capacidade do aquário: 61 a 100 L Este Corydora tem um padrão muito bonito e é um membro muito popular do seu género. O seu corpo cinzento-amrelado, encontra-se coberto de pintas escuras; Junto aos olhos apresenta uma faixa escura oblíqua. Na barbatana dorsal existe uma mancha igualmente escura que se espalha pelo corpo e que abranje uma área desde a base da barbatana sorsal até ao ponto de intercepção das duas fileiras de escamas ósseas. Da sua dieta fazem parte vermes, crustáceos, insectos, derivados de plantas e alimentos secos. Nome: Corydoras aeneus ou Corydora Bronze Origem: Amazónia, Venezuela e Guiana Francesa Comprimento: 7 cm pH: 6,0 a 8,0 dGH: 10 a 15º Temperatura: 22 a 24º C Capacidade do aquário: 61 a 100 L Esta espécie é uma das que pode ser mais facilmente encontrada nas casas de aquariofilia. O seu corpo é arqueado, e o seu comprimento pode atingir até 7 cm. A partir da boca, a sua cabeça é inclinada, tendo à volta daquela três pares de barbilhos. O macho e a fêmea diferenciam-se na sua região superior: a fêmea é mais larga atrás das barbatanas peitorais e o macho nos pontos de inserção dessas barbatanas. Este peixe deve ser colocado em aquários comunitários, com comprimento até 45 cm, de preferência com indivíduos da mesma espécie, mas nunca sozinho. A criação dos recém nascidos não apresenta qualquer problema e o processo de postura pode facilmente ser provocado descendo apenas um pouco a temperatura média da água, que para estes peixes se deve situar entre os 19º C e os 26º C. A sua dieta consiste em vermes, crustáceos, insectos, derivados de plantas e alimentos secos. Para reprodução desta espécie tem que se ter um grupo entre 3 e 5, e não mudar a água 5 meses antes. Quando quiser que elas se reproduzam, tire entre 50% e 75% da água e meta água vinda directamente da torneira, sem o uso de qualquer produto. Uns dias depois desovam e a eclosão dá-se entre 3 e 5 dias. Depois de absorverem o saco vitelino os alevins (transparentes) podem começar a comer artémia salina recém eclodida. Poderá observar outras variedades de Corydoras na Galeria. Num mundo com tantos peixes tropicais vistosos e coloridos, pouco se fala sobre esta espécie ímpar do mundo da aquariofilia: a Corydora. Tidas por muitos como um simples peixe limpador vulgarmente e erradamente apelidada de "limpa-fundos", as mais de 100 espécies que fazem parte do género Corydoras são muito mais do que isso. Generalidades: Os seus hábitos e aparência únicos deveriam ser o suficiente para lhes garantir um lugar de destaque no nosso aquário, mas infelizmente não é isso que acontece. Por ser considerada um simples membro da "equipa de limpeza", a Corydora tem, na maioria das vezes, um estatuto inferior e as suas necessidades simplesmente são ignoradas até mesmo pelo mais bem-intencionado aquariofilista, sendo forçada a viver em aquários demasiadamente pequenos, com um substrato (material que cobre o fundo) inadequado e tendo que alimentar-se de restos de comida deixados pelos outros habitantes do aquário. Com esta abordagem, pretendo transmitir a quem tem aquários comunitários e possui Corydoras o respeito e o cuidado que de facto merecem. Existem várias espécies de Corydora, e todas devem ser mantidas preferencialmente em cardumes de, no mínimo, 3 indivíduos. Ideais para aquários comunitários, são peixes extremamente pacíficos, bonitos, alegres, simpáticos, e pouco exigentes. Razões suficientes para que se torne um dos seus favoritos. Podem ser mantidas com praticamente todas as espécies de peixes que compartilhem as suas preferências de pH e dureza da água. Atenção, que Ciclídeos extremamente grandes são desaconselháveis, não apenas pelo fato de que tentarão comê-las, mas também pela presença de dois espinhos, extremamente afiados, nas barbatanas peitorais e dorsal (foto abaixo), que servem como mecanismo de defesa. Ao tentar abocanhar uma Corydora, um grande Ciclídeo pode acabar "fisgado", o que exigirá uma intervenção manual para a remoção da Corydora, caso contrário morrem os dois peixes. Sabendo-se disso, é também desaconselhável a utilização das mãos para apanharmos uma Corydora, mas este mecanismo apenas é usado como arma de defesa. Hábitos e alimentação: Não obstante o que atrás referi, a Corydora serve o propósito de manutenção do fundo do aquário no que diz respeito a consumir restos de comida, mas não em relação a comer dejectos de outros peixes e dele próprio, como muita gente erradamente pensa. Esta ideia provavelmente é causada pelo fato de que a Corydora, em vez de cuspir um dejecto de volta pela boca como a maioria dos peixes, cospe-o para trás através das guelras e para quem está desatento, pode pensar que ela comeu o dejecto. Portanto, sendo este um peixe que passa quase toda a sua vida junto ao fundo, este deve ser mantido razoavelmente limpo, para que não ocorram infecções e outros problemas, principalmente atacando as papilas. Pela mesma razão, o cascalho utilizado num aquário com Corydoras não deve ser pontiagudo ou cortante. No seu habitat natural, o fundo é argiloso ou lamacento, e em alguns casos arenoso. A presença de plantas e pedras é muito benéfica, pois agem como filtros da luz que vem de cima, além de diminuírem o stress causado pela presença de outras espécies, por fazerem o papel de possíveis esconderijos. Os restos dos alimentos em flocos que você dá aos seus peixes não são o bastante para que suas Corydoras vivam uma vida longa e saudável. Para que isso aconteça, é preciso certificar-se que alimento em quantidade e qualidade suficientes chegue ao fundo. Existem hoje no mercado vários tipos de comida específicas para peixes que habitam o fundo, em várias formas, como tabletes, pastilhas e cubos. Corydoras adoram tubifex, mas a introdução destes no aquário pode ter como consequência a introdução de parasitas, portanto a forma desidratada, em cubos que podem ser colados ao vidro, é a mais indicada. Outra verdadeira preciosidade para eles são as minhocas, que no entanto devem ser oferecidas aos pedaços, e devidamente lavadas, evitando-se assim que possam fugir e alojar-se no fundo, somente para morrer afogadas e poluírem a água. As Corydoras também não são comedoras de algas! Basta olhar para a boca delicada delas para ver que esta ideia também é um absurdo, pois elas jamais conseguiriam raspar algas como por exemplo fazem os Cascudos! Portanto fixe bem: Não conte com as Corydoras para manterem o fundo do seu aquário limpo. Faça a sua parte, aspirando os detritos e os restos de comida com frequência. A parte de trabalho da Corydora será a de constantemente revirar os detritos do fundo, levantando-os de volta para a água e facilitando desta forma que eles sejam sugados pelos filtros mecânicos (mais uma vez aqui fica registado a importância de um bom sistema de filtragem). E não se preocupe, pois mesmo passando a vida a vasculhar o fundo, as Corydoras não cavam e não desenraízam as plantas, ao contrário de muitas outras espécies. No próximo post, abordarei as espécies mais comuns de Corydoras que poderá ter no seu aquário comunitário. |
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