GENERALIDADES
Esta grande família só inclui peixes de água doce, originários sobretudo da América do Central e América do Sul e do continente africano (incluindo Madagáscar) e excepcionalmente, da América do Norte. Existem nove espécies de ciclídeos asiáticos (Astatotilapia flaviijosephi, Israeli Tilapia (Oreochromis aureus), Nile Tilapia (Oreochromis niloticus), Mango Tilapia (Sarotherodon galilaeus), Redbelly Tilapia (Coptodon illii), Tristramella sacra, Tristramella simonsis simonsis, Iranocichla hormuzensis, Canara Pearlspot (Etroplus canarensis) e Green Chromide (Etroplus suratensis) que podem ser encontrados no Líbano, Israel, Síria, Irão, Índia e Sri Lanka. Existe uma espécie que habita no continente europeu, caso do denomiando Chanchito (Cichlasoma facetum) introduzida em Portugal aí pelos anos 40, de modo a combater a malária, através da predação da fêmea responsável pela transmissão da doença. A única que se conseguiu adaptar ao clima europeu e é frequente em lagos e jardins. Não há dúvida de que a maior parte dos aquariófilistas se iniciou neste hobby por ficarem fascinados com as cores e formas dos peixes ornamentais. A visão de um cardume de Néons, das cores do imponente Betta, das silhueras e da forma de nadar do Kinguio (previamente o "peixinho dourado") impressionam qualquer um que nunca teve contato com o mundo aquático. Mas o aquariófilo com certa experiência aprende a amar não só a beleza dos peixes mas também o seu comportamento, a sua índole, a maneira com a qual se comportam e se relacionam. Muitas vezes o aquariófilo dotado de certo conhecimento compra um peixe não só pelo seu padrão de beleza, mas também buscando um animal de interessantes hábitos e particularidades. Nesse momento, o aquariófilo inclui na sua vida um grupo de seres dos quais jamais se esquecerá: A Família dos Ciclídeos. Em suma, são seres surpreendentes, pela sua resistência e inteligência. Aprende-se a amar os Ciclídeos rapidamente, e a maior das surpresas que o criador destes belíssimos animais pode ter é presenciar o seu comportamento quando iniciam os cortejos e as danças de reprodução. Para aqueles que tentam reproduzir Ciclídeos, mais abaixo apresento uma técnica para fazê-lo. As principais características dos Ciclídeos são:
Esta triste fama encontra completa justificação se aplicada a algumas espécies, mas é totalmente imerecida para outras. Uma coisa é certa, os Ciclídeos possuem personalidade. Se a palavra inteligência pudesse ser atribuída aos peixes, o seu emprego teria cabimento nos exemplares desta família. Em algumas dessas espécies, os casais formam-se livremente, permanecem em conjunto, ocupam-se com devoção dos filhos e até, por vezes, seguem-se na morte. 2. COMO REPRODUZIR CICLÍDEOS Para a reprodução de Ciclídeos são necessários apenas a água, o macho e a fêmea. Depois de ter conseguido algumas reproduções com êxito, alerto para a necessidade do tamanho do aquário de reprodução: deve usar-se um aquário com um mínimo de capacidade de 100 litros, com fundo de areia muito bem lavada, algumas pedras planas, compridas e largas, colocadas horizontalmente em diversos pontos do aquário (onde serão postos os ovos). A iluminação deve ser feita apenas pela luz do Sol que entre indiretamente pela janela que está próximo a ele (ou no caso de o aquário estar num local sem iluminação diária, utilizar uma fonte de iluminação que simule a luz solar), pois os Ciclídeos sentem-se mais à vontade em água com iluminação natural. O pH para os Ciclídeos africanos deverá estar alcalino: se orindos do lago Victoria entre 7.2 e 8.6; se do Malawi entre 7.4 e 8.6; se do Tanganyika entre 7.8 e 9.0. O sistema de filtragem é importante para estes ciclídeos. Para os ciclídeos americanos e europeus, aconselha-se uma água neutra (7.0). Quanto à dureza da água, à excepção de algumas poucas espécies de ciclídeos, de um modo geral eles são flexiveis neste capitulo. O aquário não deve ter plantas e as trocas de água devem ser frequentes: eu trocava 40% de água todas as semanas. A água a usar deve ser velha (se chover aproveite esta água). Tenho a certeza de que os peixes também adoram a cor mais escura da água, onde se sentem mais confortáveis. Aos que não dispõem de um tanque para preparar a água, basta acrescentar um tronco comprado em lojas de aquários sem tratá-lo - apenas lavá-lo bem - no tanque. Caso tenha de recorrer a água da torneira recordo que esta deverá ser desclorada ou condicionada (com um produto que retire o cloro, cloramina e qualquer metal pesado que a água venha a possuir) e devidamente equilibrada, conforme os parâmetros do aquário, quanto ao pH, dureza e temperatura. A limpeza dos vidros, pedras ou objetos, para fins estéticos, deverá ser realizada todas as vezes que acontecer algum aparecimento de algas (estas normalmente aparecem por exposição em demasia à luz, pelo que para evitar ao máximo esta situação basta manter a iluminação do aquário ligada durante duas a 3 horas por dia. A temperatura deverá rondar os 28 a 30º C, pois o calor estimula o metabolismo dos animais, acelerando a desova e o crescimento dos filhotes. Se for a primeira tentativa de reprodução do casal, deve colocar-se no aquário um terceiro Ciclídeo de outra espécie. O terceiro peixe não é realmente muito necessário e pode-se fazer sem ele, mas ajuda os pais iniciantes a desenvolverem um instinto protector da ninhada que irão gerar, já que sentirão a cria ameaçada pelo invasor. Esse procedimento diminui as possibilidades dos peixes devorarem os ovos, e só é necesário na primeira vez do casal. O casal vai atacá-lo, e deixa-se que ataquem um pouco, sem correr risco de perder nenhum dos peixes. O intruso pode ficar por dois ou três dias e depois será retirado (se estiver a sofrer muito, tira-se antes). Depois da desova, mantém-se os pais com a cria até que eles comecem a rejeitar os filhotes. E isso varia muito - existem casais que esquecem os filhos e até os atacam depois de um mês da desova, e outros dos quais a cria atinge o tamanho quase adulto sem ser molestada. Lembre-se de que os Ciclídeos são pais muito competentes e protegem muito a cria - eu já fui mordido enquanto limpava o aquário. Algumas espécies (Mbunas, por exemplo), as fêmeas carregarão os ovos fertilizados na boca e os incubarão. As larvas chocarão após 14-21 dias. Quando estes chocarem (10-30 larvas), ainda permanecerão na sua boca durante 18-25 dias (dependendo da espécie e da temperatura). Quando os alevins alcançarem cerca de 1 cm, estarão aptos a alimentar-se e a nadar livremente. Quando as fêmeas carregam ovos, recusam-se a comer (característica que pode ser confundida com a doença hidropsia); a sua boca parece cheia, fazendo movimentos de mastigação frequentemente. Alimentam-se os peixes (inclusivé os filhotes) com um paté bem simples e barato, com a consistência farinhenta e que é baseado na mistura de coração de vaca, peixe congelado, fígado de vaca, espinafre, cenoura, camarão congelado, alface, algas tipo spirulina (daquelas que se compra nas lojas de produtos macrobióticos) e o que mais lhes der na telha. Mistura-se tudo, (os peixes adoram e crescem muito). bate-se tudo num liquidificador, acrescenta-se um saquinho de gelatina em pó sem sabor e vai ao lume em banho maria por cerca de trinta minutos. A mistura é espalhada numa bandeja de aço inoxidável e vai ao congelador até endurecer. Para a servir aos peixes, tira-se um pedaço e espera-se que ele descongele. Aí poderá ser servido. É um alimento extremamente rico. O ideal é alimentá-los duas a três vezes ao dia, o suficiente para a consumir até 2 minutos, deixando-os em jejum 1 dia na semana. Uma alimentação 90% herbívora e 10% animal (artémias) é a combinação ideal. A alimentação está ligada à agressividade, como veremos a seguir. Depois de um certo tempo os peixes maiores passarão a atacar os menores, e é hora de separá-los. Com cerca de 5 ou 6 centímetros os animais estão prontos para a venda. Eu dei e vendi cilcídeos Jóia, Nigrofasciatum e os Jack Dempsey nalgumas lojas e particulares espalhadas pela Terceira.
0 Comments
|
Ver vídeo dos meus aquários
Histórico
March 2018
Categorias
All
|