Os peixes podem ser vítimas de doenças, sendo a maior parte destas reconhecidas e tratadas com alguma facilidade. Podemos contribuir em muito para evitar estas doenças, se cumprirmos algumas regras simples. A maioria das doenças é provocada por uma manutenção incorrecta do aquário, ou aquando da introdução dos novos peixes ou plantas: mesmo que aparentem boa saúde, estes podem trazer consigo parasitas, bactérias ou fungos.
Devemos sempre pensar na saúde como um equilíbrio entre o hospedeiro (peixe), agente agressor (físico, químico, biológico) e o meio (água). O aquário é um sistema fechado e tem um poder de auto depuração limitado. À medida que esta capacidade se vai esgotando, as condições da água vão piorando. Até o sistema entrar em colapso. A água é um solvente universal no nosso planeta. Assim, qualquer agente patogénico (que cause doença) difunde-se nela com rapidez, e os peixes vivem nesse ambiente em contacto directo com esses agentes. Os peixes têm um sistema imunológico que os defende de muitas agressões, mas não de todas e principalmente não durante todo o tempo. Eles produzem excreções como fezes, urina, amónia, e nadam num meio em que isto tudo está dissolvido. À medida em que o nível desses poluentes vai crescendo, os problemas vão aumentando. Por isto é tão importante evitar a superpopulação, fazer trocas parciais de água, a boa filtragem, a aspiração do fundo, o controle dos parâmetros físico-químicos, etc. Pelo mesmo motivo há gente que considera inadequada a formula de 1 cm de peixe para 1 L de água, pois 1 cm de uma Zebra não tem o mesmo significado de 1 cm de um Discus ou de um Escalar. Resumidamente, os três factores mais importantes na prevenção de doenças são: Desinfecção e quarentena para peixes e plantas novas, composição da água do aquário e alimentação. A quarentena: A melhor prevenção, consiste em escolher cuidadosamente os peixes que se adquirem e submetê-los a um período de quarentena, num aquário isolado, antes da sua introdução definitiva no aquário de destino. Caso os peixes entretanto desenvolvam doenças, o aquário de quarentena pode passar imediatamente a aquário hospital. Há muitas doenças que só se manifestam com o tempo e um período de 3 ou 4 semanas, normalmente é o suficiente para o seu aparecimento. Levar um agente patogénico para um sistema fechado é potenciar o aparecimento de uma doença, talvez uma epidemia. Por que não prevenir-se para que tal não aconteça? Fica muito mais barato e menos stressante para um bom aquariofilista e principalmente para os seus peixes, prevenir uma epidemia do que combatê-la. Também as plantas devem ser cuidadosamente limpas, passando-as várias vezes por água corrente. Podem ser mergulhadas durante alguns minutos numa solução de desinfectante próprio para plantas, que irá destruir todos os seres microscópicos presentes nas folhas. As condições da água:
Cuidado também quando limpa os vidros do aquário:
Os sinais de que um peixe poderá estar doente são:
Na Tabela abaixo têm tudo o que necessitam de saber (sintomas, as suas causas e os possíveis tratamentos) para identificar e tratar correctamente as doenças mais vulgares que afectam os nossos peixes:
0 Comments
O ciclo do azoto acontece a partir do momento em que num aquário já temos peixes (ou outros animais aquáticos), plantas e alimento. O alimento consumido pelos animais quando é excretado e depois de algumas reacções transforma-se em Amónia. Para que o ambiente do aquário seja saudável para os seus habitantes, estes detritos devem ser parcialmente removidos, seja através de trocas regulares de parte da água ou da filtragem mecânica. O Dióxido de Carbono é eliminado, principalmente, com a oxigenação na superfície do aquário (mais uma vez a importância de um bom sistema de filtragem) ou através da fotossíntese das plantas. Todo este processo tem início com a conversão dos detritos e excrementos dos peixes em Amónia. As bactérias nitrificantes transformam-se em compostos tóxicos potenciais do nitrogénio (Amónia) em Nitritos e imediatamente a seguir, em Nitrato, através da oxidação bioquímica. Estas bactérias que têm o seu pH ideal entre 6.0 e 8.7 necessitam de oxigénio para sobreviver, sendo por isso denominadas de aeróbias. O Nitrato é o produto final da oxidação bioquímica. As plantas utilizam-no como fertilizante que removem da água. Porém, como nem sempre são capazes de consumir todo o Nitrato produzido que com o tempo se vai acumulando, surge a necessidade de trocas parciais da água para o reduzir a níveis aceitáveis (< 8ppm), evitando, assim o crescimento de algas. Caso não existam as bactérias nitrificantes no interior do aquário, o ciclo não ficará completo e os Nitritos não serão transformados sendo estes, por sua vez, mais tóxicos que os Nitratos. São capazes de bloquear a distribuição de oxigénio e matar os peixes por asfixia. Caso os níveis de Nitrito estejam elevados, pode haver algum problema com o funcionamento do filtro biológico, que é responsável pela criação de colónias de bactérias nitrificantes. A troca da água também ajuda a eliminar parte do excesso de Nitrito. Também o excesso de alimentos dados aos peixes assim como os excrementos e os restos vegetais, formam mais Amoníaco. Este Amoníaco transforma-se no fundo do aquário na presença de bactérias e de oxigénio, em Nitritos e depois em Nitratos. Estes Nitratos encontram-se por sua vez absorvidos pelas plantas que são comidas pelos peixes. O Amoníaco é tóxico em concentrações de 0.01mg/L, os Nitritos (NO2-) são tóxicos em concentrações de 0.1mg/L, oxidam o ferro originando que hemoglobina não transporte mais oxigénio, provocando a morte dos peixes por asfixia. Os Nitratos são tóxicos a partir de 50mg/L. Na tabela abaixo poderemos verificar os valores de Amónia, Amoníaco, Nitritos e Nitratos recomendáveis nos aquários: Concluindo, os Nitritos são um dos principais problemas do aquário, pelo que devemos ter sempre em casa produtos que possam resolver este problema. Um dos produtos que aplico para controlar os Nitritos é o Sera Nitrivec que contém bactérias líquidas que ajudam a eliminar os Nitritos e o Amoníaco. As bactérias nitrificantes não necessitam de luz mas são muito sensíveis à poluição química, variações de pH e sobretudo à falta de oxigénio, razão pela qual os filtros biológicos devem ser bem oxigenados. Neste ponto entram em cena as bactérias Nitrato redutoras que povoando zonas de anaerobiose (ausência de oxigénio), utilizam os Nitratos no seu metabolismo como fonte de oxigénio que o meio não lhes disponibiliza, libertando sob a forma de azoto livre, o azoto contido na molécula de Nitratos. Os Nitratos são ainda, no aquário, eliminados pelas plantas que por sua vez também os utilizam em seu benefício. Esta parceria entre bactérias e peixes, traduz-se numa interdependência: as bactérias dependem dos produtos que os peixes e as plantas lançam na água e os peixes dependem da eliminação pelas bactérias desses produtos para eles tóxicos. Esta parceria é da maior importância para que o equilíbrio dentro do aquário se mantenha. A acção dessas bactérias designa-se Filtragem Biológica. Cabe aqui alertar para o facto de este equilíbrio poder ser desmanchado pelo uso de antibióticos que para além de inconvenientes de ordem mais geral, tem como consequência matarem não só as bactérias patogénicas mas também as bactérias necessárias ao equilíbrio biológico. |
Ver vídeo dos meus aquários
Histórico
March 2018
Categorias
All
|